CNI: 56?s indústrias querem migrar para o mercado livre de energia
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 56% das indústrias que estão no mercado cativo têm interesse em migrar para o mercado livre, a partir de 2024. O objetivo é economizar nos gastos com eletricidade. Atualmente, cerca de 10,5 mil empresas industriais operam nesse modelo, no qual o consumidor negocia direta e livremente com as empresas geradoras ou comercializadoras de energia.
A CNI estima que se as indústrias migrarem para o mercado livre poderão ter uma economia, em média, de 15% a 20% na conta de luz. Um portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia em 2022 estabelece que as empresas de enquadramento tarifário de alta tensão poderão migrar para o mercado livre a partir de 1º de janeiro de 2024.
O mercado cativo é aquele tradicional, em que a energia é comprada junto às concessionárias, como as distribuidoras de energia elétrica. No Distrito Federal, por exemplo, os brasilienses são clientes da Neoenergia – empresa privatizada em 2020.
De acordo com a Sondagem Especial Indústria e Energia, 59% das grandes empresas obtêm fornecimento do mercado livre, sendo 52% exclusivamente desse mercado. Entre as indústrias de médio porte, 57% estão no cativo e somente 25% no livre; já entre as pequenas empresas, 70% obtêm energia do mercado cativo e apenas 6% estão totalmente no mercado livre.
Porém, a saída do cativo para a geração livre não será feita automaticamente. A CNI ainda explicou que essa mudança por parte das indústrias deverá ser feita com algum preparo. “O momento é de preparação por parte dessas empresas para a migração. Este é um ano para estudar o mercado, planejar e fazer contas sobre a viabilidade. A estimativa é de que 45 mil indústrias têm condições de migrar a partir de 2024”, afirma Roberto Wagner Pereira, especialista em Energia da CNI.
A consulta mostra que entre as grandes empresas, 59% afirmaram que há possibilidade de migrar para o mercado livre. Entre as indústrias de médio porte esse mesmo percentual foi de 61% e, entre as pequenas empresas, 48% indicaram a possibilidade de migrar.
A mais usada
Para além da matéria-prima, a energia é a fonte usada por 78% das indústrias brasileiras, percentual que não difere muito da pesquisa anterior, realizada em 2016, cujo índice era de 79%.
Nos últimos 12 meses, a CNI mostrou aumento médio percentual dos gastos com energia elétrica no custo total de produção das indústrias foi de cerca de 13%. Esse percentual não saiu de graça ao setor produtivo e 75% das empresas sentiu no peso desse aumento. O impacto sobre seus custos foi sentido por 40% dessas empresas.
Apesar de ser a “queridinha” das indústrias, conforme a consulta, há companhias adeptas de outros meios. Foram citadas na consulta óleo diesel (4%), gás natural (4%), lenha (3%) e bagaço de cana (2%).
Alta do barril e investimentos
O setor produtivo também discute o alto preço do barril de petróleo, motivo da crise inflacionária de 2022, que foi motivo de impacto nos preços do diesel foi identificado como “alto” para 41% das empresas pesquisadas.
Ou seja, os industriais discutem e investem diversificação e eficiência energética. 52% investiu em máquinas mais eficientes e entre as grandes empresas o percentual foi maior, 63%. Já em relação às médias e pequenas, os percentuais foram de 48% e 33%,
respectivamente.
A diversificação das fontes de energia faz parte do plano de um quinto das indústrias. Tal medida permite reduzir a insegurança energética das plantas industriais e possibilita combinar diferentes fontes de energia em busca de maior eficiência de custos ou de produção.
Participaram da Sondagem Especial Indústria e Energia 2.016 empresas, sendo 794 pequenas, 724 médias e 498 grandes. A pesquisa foi realizada em outubro de 2022.
Fonte: https://www.metropoles.com/sem-categoria/cni-56-das-industrias-querem-migrar-para-o-mercado-livre-de-energia