Dólar opera em alta, de olho em dados de inflação dos EUA e prévia do Brasil
Na véspera, a moeda norte-americana teve queda de 0,67%, cotada a R$ 5,1350.
O dólar opera em alta nesta sexta-feira (24), com agentes do mercado de olho nos dados de inflação de consumo americana e prévia da inflação no Brasil.
Às 11h, a moeda norte-americana subia 0,80%, cotada a R$ 5,1759. Veja mais cotações.
Na véspera, o dólar registrou uma queda de 0,67%, cotada a R$ 5,1350. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 1,22% no mês. No ano, entretanto, ainda tem queda de 2,71%.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, atenções estão com a divulgação do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) dos Estados Unidos. Também serão avaliados dados de confiança do consumidor e vendas de novas casas. São números importantes para decisões tomadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre o patamar de juros no país.
Para o PCE, a expectativa dos agentes consultados pelo "The Wall Street Journal" para o núcleo do indicador é de alta mensal de 0,5% e avanço anual de 4,4%.
"Será fundamental avaliar se o consumo está desacelerando em resposta às taxas de juros mais altas. Nos últimos dias, os juros dos títulos do Tesouro dos EUA subiram e os preços das ações caíram com a percepção de que a inflação não está caindo rápido o suficiente, o que levaria o Fed a manter os juros altos por mais tempo", diz relatório da XP.
Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.
No Brasil, destaque para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como prévia da inflação. O indicador ficou em 0,76% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o IBGE, dentre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados para composição do indicador, oito tiveram alta na comparação com janeiro. A exceção ficou por conta do grupo de vestuário, único a apresentar deflação no mês.
O maior impacto sobre a prévia da inflação, no entanto, partiu do grupo de educação, que teve alta de 6,41% em relação a janeiro, respondendo por 0,36 ponto percentual (p.p) do índice de fevereiro.
Também nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se encontrar com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, para avaliar alternativas à desoneração de combustíveis, que termina em 1º de março. O objetivo, segundo assessores do presidente disseram ao blog da Andréia Sadi, é saber se a companhia tem como absorver parte do impacto do fim da desoneração.
Editada no governo de Jair Bolsonaro (PL), a desoneração foi prorrogada por Lula (PT) no início do governo, por meio de uma medida provisória com validade até o fim de fevereiro. Caso decida não prorrogar a desoneração — e se nenhuma medida for tomada em substituição a ela —, o litro da gasolina deve subir R$ 0,69 e o do álcool, R$ 0,24, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
O custo da desoneração para os cofres da União faz com que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se oponha à prorrogação da medida — na pasta, a aposta é que isso não vai acontecer.
Por fim, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira totalizaram US$ 6,9 bilhões em janeiro deste ano, informou o Banco Central. Houve aumento na comparação com mesmo mês do ano passado, quando os investimentos totalizaram US$ 5,1 bilhões. Esse também foi o maior patamar, para meses de janeiro, desde 2018 (US$ 8,3 bilhões), ou seja, em cinco anos.
Fonte: https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/02/24/dolar.ghtml