Guerra na Ucrânia, inflação e China: o que esperar da reunião do G20

Cúpula das principais potências mundiais reúne pela primeira vez Joe Biden e Xi Jinping; Vladimir Putin cancelou a participação

Guerra na Ucrânia, inflação e China: o que esperar da reunião do G20

 

Entre esta terça-feira (15) e a próxima quarta (16), em Bali, na Indonésia, chefes de Estado das 19 maiores potências econômicas mais a União Europeia participarão da 17ª cúpula do G20.Veja quais são os principais assuntos que os líderes discutirão nas reuniões e nas conversas privadas* Estagiário do R7, sob supervisão de Pablo Marques

Entre esta terça-feira (15) e a próxima quarta (16), em Bali, na Indonésia, chefes de Estado das 19 maiores potências econômicas mais a União Europeia participarão da 17ª cúpula do G20.

Veja quais são os principais assuntos que os líderes discutirão nas reuniões e nas conversas privadas

* Estagiário do R7, sob supervisão de Pablo Marques

Via Reuters

O conflito entre Rússia e Ucrânia deve dominar as pautas da reunião do G20. Desde a invasão russa ao país vizinho, em fevereiro deste ano, não há números concretos de pessoas que morreram, mas o Exército americano estima que 200 mil soldados — 100 mil de cada país — e 40 mil civis morreram em decorrência da violência da guerra.Além disso, há os efeitos na economia mundial. O fornecimento de grãos da Ucrânia foi extremamente prejudicado com o fechamento de portos do país, tomados pelos combatentes russos, o que aumentou o preço dos alimentos ao redor do mundo. A suspensão de gás natural da Rússia para os países europeus obrigou o bloco a aumentar gastos com combustíveis fósseis e deve ser mais um assunto a ser debatido entre os líderes mundiais

O conflito entre Rússia e Ucrânia deve dominar as pautas da reunião do G20. Desde a invasão russa ao país vizinho, em fevereiro deste ano, não há números concretos de pessoas que morreram, mas o Exército americano estima que 200 mil soldados — 100 mil de cada país — e 40 mil civis morreram em decorrência da violência da guerra.

Além disso, há os efeitos na economia mundial. O fornecimento de grãos da Ucrânia foi extremamente prejudicado com o fechamento de portos do país, tomados pelos combatentes russos, o que aumentou o preço dos alimentos ao redor do mundo. A suspensão de gás natural da Rússia para os países europeus obrigou o bloco a aumentar gastos com combustíveis fósseis e deve ser mais um assunto a ser debatido entre os líderes mundiais
 

Bulent Kilic/AFP - 9.11.2022

 

Os líderes mundiais no G20 vão condenar qualquer ameaça e uso que envolva armas nucleares. A agência de notícia Reuters obteve um esboço da declaração do G20:

Os líderes mundiais no G20 vão condenar qualquer ameaça e uso que envolva armas nucleares. A agência de notícia Reuters obteve um esboço da declaração do G20:

"Muitos membros condenaram veementemente a guerra de agressão ilegal, injustificável e não provocada da Rússia contra a Ucrânia e pediram que ela cesse imediatamente", informa o esboço, que pode mudar e precisaria da aprovação de Moscou para alcançar unanimidade. "O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível", diz trecho da declaração

Reuters

 

Apesar de ter confirmado presença meses atrás, o presidente russo, Vladmir Putin, não vai participar da cúpula do G20. O país estará representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. O motivo para cancelar a ida do líder russo ao evento não foi confirmado pelo Kremlin; no entanto, a causa mais provável é que Putin não queira ser questionado sobre a invasão russa na Ucrânia e a série de crimes de guerra denunciados pela comunidade internacional

Apesar de ter confirmado presença meses atrás, o presidente russo, Vladmir Putin, não vai participar da cúpula do G20. O país estará representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.


O motivo para cancelar a ida do líder russo ao evento não foi confirmado pelo Kremlin; no entanto, a causa mais provável é que Putin não queira ser questionado sobre a invasão russa na Ucrânia e a série de crimes de guerra denunciados pela comunidade internacional

Sergei Bobylyov/SPUTNIK/AFP - 09.11.2022

 

 

A reunião também não terá a presença do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. Meses após a invasão russa ao território ucraniano, a comunidade internacional acreditava que o G20 seria uma das únicas oportunidades para que Putin e ele se encontrassem, mas isso não vai acontecer.Por mais de uma vez, Zelenski declarou que não participaria caso Putin confirmasse presença. Segundo o porta-voz da chefia do Executivo, Serhii Nikiforov, Zelenski vai fazer apenas uma aparição virtual

A reunião também não terá a presença do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. Meses após a invasão russa ao território ucraniano, a comunidade internacional acreditava que o G20 seria uma das únicas oportunidades para que Putin e ele se encontrassem, mas isso não vai acontecer.

Por mais de uma vez, Zelenski declarou que não participaria caso Putin confirmasse presença. Segundo o porta-voz da chefia do Executivo, Serhii Nikiforov, Zelenski vai fazer apenas uma aparição virtual
 

Viacheslav Ratynskyi/ Reuters - 31.10.2022

 

Outro importante encontro que acontecerá na Indonésia será entre a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e o presidente do banco central chinês, Yi Gang (foto). A representante americana deve pressionar o país asiático a promover uma reestruturação das dívidas de países subdesenvolvidos. A China é um dos maiores credores globais. No fim de 2020, os empréstimos para países considerados de renda média e baixa chegaram a 170 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 905 bilhões). Os maiores devedores são países da África subsaariana e do sul da Ásia. No entanto, organismos internacionais afirmam que boa parte desses empréstimos não entra nas estatísticas oficiais e é direcionada a bancos locais, em vez de ser dada ao governo do país

Outro importante encontro que acontecerá na Indonésia será entre a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e o presidente do banco central chinês, Yi Gang (foto). A representante americana deve pressionar o país asiático a promover uma reestruturação das dívidas de países subdesenvolvidos.


A China é um dos maiores credores globais. No fim de 2020, os empréstimos para países considerados de renda média e baixa chegaram a 170 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 905 bilhões). Os maiores devedores são países da África subsaariana e do sul da Ásia. No entanto, organismos internacionais afirmam que boa parte desses empréstimos não entra nas estatísticas oficiais e é direcionada a bancos locais, em vez de ser dada ao governo do país
 

Florence Lo/Reuters - 24.9.2019

 

Uma pesquisa executiva de opinião realizada pelo Centro para a Nova Economia e Sociedade do Fórum Econômico Mundial, divulgada na última semana, revelou que os níveis de inflação descontrolados, a crise de dívida em desenvolvimento e problemas do custo de vida da população representam as questões que mais atrapalham os negócios dos países do G20

Uma pesquisa executiva de opinião realizada pelo Centro para a Nova Economia e Sociedade do Fórum Econômico Mundial, divulgada na última semana, revelou que os níveis de inflação descontrolados, a crise de dívida em desenvolvimento e problemas do custo de vida da população representam as questões que mais atrapalham os negócios dos países do G20

Wolfgang Rattay/Reuters - 29.04.2020

 

Casa Rosada, Buenos Aires, Argentina

Ainda segundo a pesquisa, um terço dos países do G20 apontou o aumento de preços como principal preocupação. Na Argentina, por exemplo, o índice anual de preços ao consumidor em 2022 está acumulado em 66,1%. No mês de setembro, a inflação está em 83%. As previsões para o país sul-americano não são nada positivas, e espera-se que no ano que vem a porcentagem do índice passe dos três dígitos

Carlos Garcia Rawlins/Reuters

 

Nesta segunda-feira (14), um dia antes do início da reunião, é aguardado o encontro do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com o líder chinês, Xi Jinping, pela primeira vez desde que foi eleito. A reunião ocorre três meses após a visita à ilha de Taiwan da presidente da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, o que irritou os chineses, já que Pequim reivindica a autoridade sobre o território

Nesta segunda-feira (14), um dia antes do início da reunião, é aguardado o encontro do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, com o líder chinês, Xi Jinping, pela primeira vez desde que foi eleito. A reunião ocorre três meses após a visita à ilha de Taiwan da presidente da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, o que irritou os chineses, já que Pequim reivindica a autoridade sobre o território
 

Jonathan Ernst/Reuters - 15.11.2021

 

Fonte:https://noticias.r7.com/internacional/fotos/guerra-na-ucrania-inflacao-e-china-o-que-esperar-da-reuniao-do-g20-14112022