Queda de Cilindros Misteriosos: Uma Coincidência de Setembro ou um Rastro de Lixo Espacial?

Setembro 28, 2025 - 01:14
Setembro 28, 2025 - 01:15
Queda de Cilindros Misteriosos: Uma Coincidência de Setembro ou um Rastro de Lixo Espacial?
Foto: Montagem Pedro Lopez

Naviraí (MS) e Chaco (Argentina) – Um padrão intrigante emerge no Hemisfério Sul: a queda de objetos cilíndricos, possivelmente lixo espacial, em propriedades rurais no Brasil e na Argentina, separadas por exatamente um ano e no mesmo mês, setembro. Seria uma mera coincidência temporal ou o rastro de uma mesma "nuvem" de detritos orbitais?

O primeiro caso ocorreu em setembro de 2024, quando um cilindro metálico envolto em fibra de vidro, encontrado em uma fazenda de Naviraí (MS), foi recolhido pela Polícia Militar Ambiental. Suspeito de ser lixo espacial, o objeto, que poderia armazenar cerca de 200 litros de líquido ou gás, não apresentava risco imediato, mas intrigou as autoridades locais, que chegaram a acionar a Força Aérea Brasileira.

Exatamente um ano depois, em setembro de 2025, a cena se repete: um objeto similar, também cilíndrico e metálico, surge incrustado no solo de uma propriedade em Campo Rossi, no Chaco, Argentina. Desta vez, a Força Aérea Argentina mobilizou-se, e as análises iniciais apontaram o artefato como uma cápsula de tanque de combustível de alta pressão, envolta em fibra de carbono, possivelmente ligada a um foguete da SpaceX e contendo hidrazina tóxica.

A semelhança no formato e a coincidência no mês de queda — setembro — levantam a questão: os dois objetos poderiam ser parte do mesmo destroço ou de um único evento de reentrada na atmosfera?

A Explicação da Ciência

Cientistas e especialistas em detritos espaciais explicam que a órbita da Terra está cada vez mais poluída, com milhões de pedaços de satélites desativados, estágios de foguetes e ferramentas perdidas. A maioria desses objetos acaba caindo, e os mais robustos, como os tanques de combustível pressurizados, conseguem resistir à reentrada.

Embora a identificação final de que o objeto na Argentina seja uma cápsula de tanque (possivelmente SpaceX) e o de Naviraí seja um cilindro metálico (com menor detalhamento de origem na época do recolhimento) não confirme que sejam do mesmo satélite ou foguete, a similaridade de formato e a proximidade temporal e geográfica (no Cone Sul) apontam para a decaída de objetos semelhantes em órbitas com características de reentrada similares.

A coincidência no mês de setembro pode não ter uma ligação direta com a origem dos objetos em si, mas sim com a dinâmica orbital. Os cientistas monitoram grandes aglomerados de lixo espacial. É possível que o ciclo de reentrada de destroços de um mesmo tipo ou de objetos em órbitas próximas alcance o ponto crítico de queda na mesma janela sazonal do ano. Essa série de eventos sublinha a urgência de regulamentações internacionais mais rigorosas para o controle e descarte seguro do lixo espacial, antes que o "céu sujo" se torne uma ameaça cotidiana.

Será que a próxima primavera trará mais "presentes" do espaço? O monitoramento segue crucial.

Texto: Jornalista Pedro Lopez

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