Demolição de prédio incendiado no Centro de SP será inicialmente parcial, do 10° ao 7° andar, diz prefeitura

Segundo secretaria de Obras, trabalhos serão iniciados na manhã deste sábado (16) pela parte de segurança, com instalação de tapumes e redes cobrindo todo o edifício.

Demolição de prédio incendiado no Centro de SP será inicialmente parcial, do 10° ao 7° andar, diz prefeitura

A demolição do prédio incendiado no Centro de São Paulo será feita de forma mecânica e, inicialmente, parcial, do 10° ao 7° andar, segundo informou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nesta sexta (15).

"Começa parcial, do 10º ao 7º andar. Durante os trabalhos vão sendo feitos os testes para ver se vai ser necessário demolir pra baixo. O objetivo da prefeitura agora é diminuir todos os riscos e voltar o quanto antes aquela área a funcionar, porque é uma área de comércio importante para a cidade, gera muito emprego e renda lá", afirmou Nunes.

Os trabalhos começam na manhã deste sábado (16) pela parte de segurança, com instalação de tapumes e redes cobrindo todo o edifício. Cerca de 20 funcionários da empresa contratada ficarão responsáveis pelo início da obra.

Na sequência, será feita a parte de limpeza (retirada de tudo o que restou dentro do prédio) e escoramento de todos os andares.

Após o término desses serviços, as vistorias poderão ser feitas diretamente nos elementos estruturais (lajes, vigas e pilares), para que seja determinado como a demolição vai acontecer.

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), o prédio não apresenta mais riscos de colapso sem sinais prévios, mas desabamentos pontuais ainda podem ocorrer.

O fogo foi extinto no local na tarde desta quarta (14), após mais de 60 horas de trabalhos. Os donos do edifício concordaram em assumir os custos da obra.

A empresa que será responsável pela demolição foi contratada nesta quinta-feira (14), mas a Prefeitura não informou qual será a empresa e disse que os valores também não são conhecidos já que a obra foi fechada em caráter emergencial e os custos serão definidos de acordo com o avanço dos trabalhos.

Segundo Roberto Racanicchi, engenheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, o maior entrave para os trabalhos no local é a questão do espaço. O prédio fica localizado na região de 25 de Março, e tem muitos imóveis próximos. Ele afirma que a demolição pode durar mais de três meses.

"A primeira questão é a densidade, você tem muitos prédios ao entorno e tem que manter a segurança o máximo possível, qualquer tipo de colapso ou tombamento, qualquer questão que aconteça com a edificação, ela é muito pesada. Nós estamos falando na ordem de 5 mil toneladas de concreto."

"Cada viga dessa vai pesar 800 kg, 1 tonelada. Então, é pesado, qualquer situação de ruptura é perigoso, principalmente pela densidade ao seu entorno."

Prédios atingidos por incêndio na região da Rua 25 de Março, no Centro de SP, nesta terça-feira (12) — Foto: Celso Tavares/g1

Prédios atingidos por incêndio na região da Rua 25 de Março, no Centro de SP, nesta terça-feira (12) — Foto: Celso Tavares/g1

O engenheiro ainda aponta o custo do procedimento é altíssimo. O prédio é comercial e estava sem o auto de vistoria dos bombeiros, o AVCB.

"É bem caro, é muito caro. Então a demolição nesse tipo de situação quem paga a conta é a discussão jurídica que muitas vezes demora muito tempo pra decidira quem vai pagar, mas a situação é de urgência."

 

Combate às chamas

 

Após quatro dias de combate, os bombeiros consideram o incêndio extinto, apesar de ainda existir pequenos focos.

Os trabalhos foram encerrados no local no final da tarde desta quarta (13). Uma equipe com cinco profissionais segue no local para fazer o acompanhamento.

As vias da 25 de Março, que estavam interditadas, foram liberadas. Apenas a rua onde fica o prédio, a Rua Comandante Abdo Schahin, permanece fechada.

Bombeiros entram no prédio atingido por incêndio, no Centro de São Paulo, nesta quarta-feira (13)  — Foto: Reprodução TV Globo

Bombeiros entram no prédio atingido por incêndio, no Centro de São Paulo, nesta quarta-feira (13) — Foto: Reprodução TV Globo

Na noite de quarta, assembleia entre os comerciantes condôminos do prédio de dez andares autorizou a demolição do prédio pela Prefeitura de São Paulo. Assim, a prefeitura não vai precisou entrar com uma ação judicial.

Embora, pela manhã desta quarta, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), tenha informado que o prédio seria demolido através de implosão, durante a tarde esta opção foi desconsiderada.

Segundo Marcos Monteiro, secretário municipal de Infraestrutura e Obras, "existem algumas premissas iniciais. Por essa condição de iminente ruína, nós partimos da premissa que não conseguiremos fazer com que qualquer pessoa entre no prédio. Com isso, a gente praticamente elimina as hipóteses de implosão, porque não podemos posicionar explosivos dentro do edifício, ou de explosão manual. Daí a gente, evidentemente, vai estudar a hipótese de demolição mecânica ou mais alguma alternativa que surja".

Bombeiros deixaram o prédio de 10 andares e fazem combate ao fogo do lado de fora, com mangueiras — Foto: Reprodução/TV Globo

Bombeiros deixaram o prédio de 10 andares e fazem combate ao fogo do lado de fora, com mangueiras — Foto: Reprodução/TV Globo

As chamas começaram na noite de domingo (10).

Além desse prédio de dez andares, outros quatro imóveis próximos também foram incendiados: um prédio de seis andares, uma loja e uma igreja. Todos ficam na região da Rua 25 de Março.

Dois bombeiros chegaram a sofrer queimaduras e foram internados durante os trabalhos. Não há mais registros de pessoas feridas na região. A Polícia Civil investiga as causas e eventuais responsabilidades pelo incêndio.

Avaliação feita por engenheiros da prefeitura interditou nove imóveis do entorno.

Além do prédio de dez andares, que corre risco de desabar, mais oito edificações foram interditadas porque poderiam ser atingidas pela possível queda e destroços do edifício que continua pegando fogo.

Os prédios interditados estão nos seguintes endereços:

 

  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 115
  • Rua Cavalheiro Basilio Jafet, 127
  • Rua Cavalheiro Basílio Jafet, 107
  • Rua Barão de Duprat, 41
  • Rua Barão de Duprat, 39
  • Rua 25 de março, 734
  • Rua 25 de março, 702
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 94
  • Rua Comandante Abdo Schahin, 78 (onde está o prédio de 10 andares que continua pegando fogo)

Prédio de dez andares volta a pegar fogo no Centro de São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/07/15/demolicao-de-predio-incendiado-no-centro-de-sp-sera-mecanica-e-deve-comecar-pelos-andares-superiores.ghtml