Riedel e presidente do Paraguai visitam obras da Rota Bioceânica
O governador Eduardo Riedel na companhia do presidente do Paraguai, Santiago Peña realizaram uma visita técnica nessa quinta-feira (2) as obras da ponte internacional da Rota Bioceânica e aos acessos nos dois lados das fronteiras, entre a cidade brasileira de Porto Murtinho e a paraguaia Carmelo Peralta, que tem gerado impacto direto na economia local.
Riedel, ao lado do presidente, Peña, percorreu o canteiro de obras e acompanhou de perto o cronograma de execução da ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Chaco paraguaio. Considerada a principal obra da rota que encurtará o acesso do Brasil aos portos do Chile, no Pacífico, a estrutura já tem 80% dos serviços concluídos e emprega mais de 400 trabalhadores.
Além de abrir caminho para reduzir em até 23% o tempo de exportações brasileiras rumo à Ásia, o equivalente a 12 a 17 dias de viagem marítima, a ponte também vem movimentando capital na região. Só em Porto Murtinho, o governo estadual mantém cerca de R$ 80 milhões em obras de infraestrutura, saúde e educação, enquanto investimentos privados ligados à reativação da hidrovia do rio Paraguai começam a se consolidar.
Do lado brasileiro, a construção dos acessos rodoviários também tem valor significativo na economia. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) executa a obra que ligará a BR-267 à ponte, com orçamento de R$ 472 milhões. O projeto inclui uma alça de 13,1 km, um contorno viário em Porto Murtinho e um Centro Aduaneiro.
No Paraguai, os trabalhos preveem 3,8 quilômetros de pavimentação até a Rota Bioceânica, com aporte de US$ 15 milhões (cerca de R$ 84 milhões). Os investimentos paraguaios complementam os brasileiros e reforçam a lógica de cooperação entre os dois países.
Para o governador Eduardo Riedel, a obra marca um reposicionamento econômico do Estado. “A ponte binacional vai encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras. É emocionante ver essa integração que trará negócios e novas oportunidades para a população local”, afirmou.
Já o presidente paraguaio, Santiago Peña, destacou o caráter simbólico da iniciativa.
“Este sonho está próximo de se tornar realidade. Brasileiros e paraguaios vão estar ainda mais juntos com essa obra emblemática”, disse.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também ressaltou o papel do empreendimento na integração regional. “O sonho já se tornou realidade. Somos um povo sul-americano e queremos desenvolvimento social para todos os povos desta região”.
A expectativa é que a ponte seja entregue no primeiro semestre de 2026, consolidando Mato Grosso do Sul como elo estratégico entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Para o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, os reflexos já são sentidos. “O impacto direto para a população é a geração de renda e emprego, que já começam a transformar a realidade local”.
Presidente da Alems
Segundo o deputado estadual Gerson Claro, o projeto coloca Mato Grosso do Sul em posição de protagonismo no comércio internacional.
“Estamos diante de um marco histórico que amplia nossa competitividade e abre novas oportunidades para a produção local. Além do impacto econômico, essa obra vai impulsionar o turismo e gerar emprego e renda para milhares de famílias”, afirmou.
Com investimentos bilionários divididos entre os dois lados da fronteira, a Rota Bioceânica representa uma nova etapa de cooperação continental, ao mesmo tempo em que fortalece a economia local e abre caminho para novos ciclos de desenvolvimento em Mato Grosso do Sul.
O Estado Online
