Desfile da Discórdia: Onde fica a soberania popular?

No palco das celebrações de 7 de setembro em Ponta Porã, uma cena inusitada manchou o brilho da comemoração. Em meio às festividades que celebraram os 203 anos Independência do Brasil e os 113 anos da cidade, um episódio levantou questionamentos sobre o papel das autoridades e a representatividade do povo. O comandante do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizada Tenente Cel. Wagner, solicitou que o empresário e político Carlos Bernardo se retirasse do palanque, um ato que gerou controvérsia e polarizou opiniões.
De um lado, a ação do comandante, que visivelmente causou desconforto, é vista como um desrespeito a um evento que tradicionalmente preza pela união e pelo civismo. A tradição de Ponta Porã sempre foi a de um desfile que acolhe a todos, um pilar de soberania e respeito mútuo. A atitude do militar, será levada a instâncias superiores, como o Comando Militar do Oeste (CMO) e o Ministério da Defesa, para apuração.
Por outro lado, não se pode ignorar o contexto político e as tensões que permeiam a sociedade. O desfile, embora cívico, é um evento público com protocolos e regras a serem seguidas. A presença de figuras políticas em palanques é comum, mas o que determinou a decisão do comandante ainda não foi publicamente esclarecido.
Apesar da tensão, Carlos Bernardo, que também é proprietário de uma instituição de ensino superior em Pedro Juan Caballero a qual estava credenciada para o desfile, optou por se retirar do palanque em respeito aos cidadãos presentes, evitando um confronto público. Sua atitude, para muitos, demonstrou um gesto de humildade e apreço pela paz.
A atitude foi considerada inaceitável por diversas lideranças políticas da região. Entre os que repudiaram o ato estão Dionaldo Morinigo, Paulo Roberto, Edinho Quintana, prefeito Eduardo Campos, presidente da Câmara Municipal, vereador Agnaldo Miudinho e a suplente de vereadora Sandra Bernardo
Essa situação serve como um lembrete de que, em um país tão dividido, a prioridade deve ser sempre o bem-estar da nação, não o alinhamento a esta ou aquela ideologia. É um lembrete de que o progresso só será alcançado quando as partes deixarem de lado as desavenças e focarem no que realmente importa: a união do povo em prol de um futuro melhor. O episódio de Ponta Porã nos convida a refletir sobre como podemos construir pontes em vez de muros, e a lembrar que, no final, a soberania popular deve sempre prevalecer.
Texto: Jornalista Pedro Lopez
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